Identificando limitações visuais em sala de aula
- Segurar habitualmente os livros muito próximos ou muito afastados dos olhos na leitura;
- Inclinar a cabeça para frente ou para o lado durante a leitura, com o intuito de ver melhor;
- Franzir ou contrair o rosto na leitura a distância;
- Fechar um dos olhos para ver melhor um objeto ou ler um texto;
- “Pular” palavras ou linhas na leitura em voz alta;
- Confundir letras na leitura e na escrita;
- Trocar ou embaralhar letras na escrita;
- Não ler um texto na sequência correta;
- Queixar-se de fadiga após a leitura;
- Apresentar desatenção anormal durante a realização das tarefas escolares;
- Reclamar de visão dupla ou manchada;
- Queixar-se de tonteiras, náuseas ou cefaléia durante ou após a leitura;
- Apresentar inquietação, irritação ou nervosismo excessivo, após prolongado e intenso esforço visual;
- Piscar os olhos excessivamente ou lacrimejar, sobretudo durante a leitura;
- Esfregar constantemente os olhos e tentar afastar com as mãos os impedimentos visuais;
- Sofrer quedas, esbarrões e tropeços frequentes sem causa justificada.
- Uso de lápis ou canetas de ponta grossa e cor preta;
- Textos ampliados;
- Muito contraste em textos e figuras, preferencialmente em preto e branco;
- Iluminação adequada;
- Entregar previamente o material que será apresentado na lousa ou em slides;
- O educando com deficiência visual evolui para a construção de fórmulas matemáticas usando o tato e compreendendo cada passo do processo lógico que leva ao resultado;
"Enquanto professores e membros da sociedade que nos rodeia, temos o dever de garantir o acesso de todos os alunos a experiências de aprendizagem ricas e diversificadas, que contribuam para a construção do sucesso escolar. Assim, devemos proporcionar, tanto a alunos cegos como a alunos designados por normovisuais, experiências de aprendizagem que promovam o desenvolvimento de competências matemáticas e sociais.(...) Também o uso de materiais manipulativos ganha uma nova importância quando leccionamos alunos cegos. Este é um meio privilegiado para que alunos cegos contactem com formas ou sólidos geométricos. Integrados em tarefas com toda a turma, são também, um importante suporte de trabalho para os alunos designados como normovisuais. Em síntese, mais importante do que conhecer as limitações dos alunos é encontrar formas de as superar ou, até, de as transformar em potencialidades".
Materiais Didáticos
SORABÃ
MATERIAL DOURADO
CÍRCULO DE FRAÇÕES
GEOPLANO
TANGRAN
FERRONATO (2010) descreve seu estudo realizado com alunos cegos e o ensino de matemática:
" O material concreto, denominado Multiplano, consiste, basicamente, em uma placa perfurada de linhas e colunas perpendiculares, na qual os furos são eqüidistantes. A superfície dos pinos apresenta identificação dos números, sinais e símbolos matemáticos tanto em Braille (auto-relevo) quanto em algarismos Hindu-arábicos, o que permite que o material seja manipulado tanto por pessoas cegas como por videntes, sem que estas necessariamente conheçam a escrita em Braille. Dessa forma, dentro de uma mesma classe os mesmos conteúdos matemáticos podem ser trabalhados com a turma toda, sem diferenciações, e através dos mesmos métodos e procedimentos, pois o que vai propiciar ao aluno cego a leitura dos pinos é o toque de suas mãos na sua superfície. Tem como objetivos contribuir com a sociedade no sentido de tornar mais próximo da realidade o discurso inclusivo nas salas de aula regulares, dando condições para que todos os alunos, não somente parte deles tenham acesso aos bens culturais acumulados, no que tange ao conhecimento matemático; principalmente para que esse acesso direcione ao entendimento do caráter lógico, dando condições para o educando cego ou não, desenvolver sua consciência crítica, no sentido de analisar todas as informações com cautela, ao invés de simplesmente absorvê-las, como se seguisse uma hierarquia incontestável".
Referências:
Nuno Santos; Cláudia Ventura; Margarida César. Alunos Cegos nas Aulas de Matemática. Universidade de Lisboa, Departamento de Educação & Centro de Investigação em Educação da Faculdade de Ciências.