Blog criado como parte da disciplina "Ensino de Matemática para Pessoas com Deficiência", ministrada pelo Prof. Dr. João do Carmo

domingo, 1 de julho de 2012

Ensino de matemática para alunos com deficiência intelectual

"Os alunos com deficiência mental,  são os que 
forçam a escola a reconhecer a inadequação de suas
práticas para atender as diferenças dos educandos".

Quando falamos de ensino de matemática para pessoas com deficiência intelectual, é importante ressaltar alguns pontos essenciais no processo de ensino e aprendizagem, sendo estes:
  • Não equivalência entre deficiência e incapacidade; 
  • Importância de conhecimento do repertório individual e das necessidades de adaptação curricular;
  • “Quebrar” as unidades de ensino em unidades menores;
  • Construção passo a passo de habilidades básicas;
  • Produzir recursos adaptados ao aluno;
  • Progressão gradual nos conteúdos e nas exigências;
  • Passar ao próximo tópico após ter aprendido o anterior; 
  • Seguir o ritmo próprio do aluno (velocidade de processamento; tempo de execução);
  • Ajuda individualizada (professor e/ou monitores);
  • Iniciar cada encontro revendo o tópico anterior;
  • Anunciar claramente os objetivos de aprendizagem;
  • Realizar avaliações a cada encontro;
  • Finalizar cada encontro com a retomada dos tópicos principais;
  • Estar atento aos “erros” como oportunidade de ação pedagógica;
  • Reforço social é fundamental;
  • Orientação à família: acompanhamento em casa e reuniões periódicas;
  • Orientação à comunidade escolar;
  • Uso de materiais concretos;
  • Atividades que permitam o sucesso e a aplicação a situações vivenciadas no cotidiano do aluno;
  • Desenvolvimento afetivo e desenvolvimento cognitivo: dois processos inseparáveis
Segundo Melquiades (S/D), as práticas pedagógicas convencionais não atendem à deficiência intelectual, em todas as suas manifestações, assim como não são adequadas as diferentes maneiras de os alunos, em qualquer deficiência, abordarem e entenderem um conhecimento de acordo com suas capacidades. Tais práticas precisam ser urgentemente revistas, porque, no geral, elas são excludentes e inviáveis para o alunado que temos hoje nas escolas, em todos os seus níveis.Entre essas práticas, está a atual forma de avaliação de aprendizagem, que é das mais antigas e ineficientes e que precisa ser mudada. Não se pode mais categorizar o desempenho escolar a partir de instrumentos e medidas arbitrariamente estabelecidos pela escola. Esse modo de avaliar tem sido a grande sustentação dos que defendem o ensino escolar dividido em especial e regular, pois é com base nessas avaliações, entre outras, que um aluno é considerado apto ou não a freqüentar uma dessas modalidades de ensino, principalmente quando se trata de alunos com deficiência mental. Os alunos com deficiência mental são naturalmente absorvidos em classes de ensino regular de escolas comuns que já trabalham a partir destas novas maneiras de atuar pedagogicamente.


Currículo básico de matemática ao aluno com deficiência intelectual

  • O reconhecimento do numeral: discriminação visual; nomeação; equivalência entre nome ditado e numeral 
  • A quantidade: mais; menos; muito; pouco; maior; menor.
  • Discriminação de quantidades e equivalência numeral-quantidade
  • A conservação de quantidades discretas e contínuas
  • Ordenação: antes; depois; meio; primeiro; último; segundo; terceiro...
  • Agrupamentos em diferentes situações;
  • Contagem: recitar sequência numérica; relacionar cada membro da sequência numérica a um objeto contado (relação termo a termo); cardinação; irrelevância da ordem de contagem; generalização da contagem
  • Desagrupar, compor, decompor quantidades;
  • Reconhecimento dos símbolos básicos para as operações de soma e subtração
  • Situações que envolvem soma e subtração: balança; pequenas histórias; representação
  • Situações que envolvem a aplicação de soma e subtração
  • Idem para multiplicação e divisão
Ainda segundo Melquiades; "Deve-se incentivar os alunos deficientes mentais a pensar. Assim, a função de orientador e facilitador da aprendizagem se realizará mais facilmente, pois pode-se perceber como eles estão dirigindo seus pensamentos e encaminhando suas soluções. O professor discretamente pode propiciar aos alunos idéias, para isto pode se fazer com de eles se lembrem de fatos e os utilizem adequadamente".      

Referências:
Sidinei Melquiades. Práticas Pedagógicas para o ensino da matemática dos alunos com deficiência mental. 
Brasil. Parâmetros curriculares nacionais: matemática/ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. – 3. ed. – Brasília: A secretaria, 2001.

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